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Radar Ecológico: Paraíba integra pesquisas sobre a Amazônia

Foram aprovadas 39 propostas pelo Confap; pesquisadores da UFPB estão presentes em três grupos de trabalho

por publicado: 21/11/2022 10h34 última modificação: 21/11/2022 10h34
Exibir carrossel de imagens Foto: Pexels Paraibanos mergulham na realidade amazônica para explorar novos ramos de pesquisa naquela região

Paraibanos mergulham na realidade amazônica para explorar novos ramos de pesquisa naquela região

O Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) divulgou na última quinta-feira (17) a lista das 39 propostas de pesquisas aprovadas no primeiro edital da Iniciativa Amazônia +10. Os projetos selecionados – orçados em R$ 42 milhões –, mobilizarão 137 grupos de pesquisa vinculados a Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 19 Estados brasileiros em estudos colaborativos sobre o território, povos da Amazônia e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. A Paraíba participa de três grupos com três pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“A participação de três grupos de investigação da Paraíba neste edital demonstra claramente a preocupação institucional do estado em relação ao bioma amazônico. Na verdade, os programas de pós-graduação que já vêm sendo apoiados pela Fapesq dão um passo mais adiante integrando nossos pesquisadores a grupos de outras instituições que também têm essa mesma preocupação no sentido de preservar a Amazônia, entendendo a ciência como universal”, ressaltou Roberto Germano, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).

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Paraibanos mergulham na realidade amazônica para explorar novos ramos de pesquisa naquela região

Os pesquisadores da UFPB vão integrar grupos nos projetos: Mudanças climáticas e a sociobiodiversidade amazônica: perspectivas da herpetofauna (pesquisador Daniel Oliveira Mesquita); Inov’Açaí - Co-construção de conhecimentos, inovações e políticas públicas para sustentabilidade da produção comunitária na Bioeconomia Amazônica (Eliane Superti); e Riscos zoonóticos em regiões de degradação ambiental do bioma Amazônia: Entendendo o microbioma e o viroma Amazônicos (Eloiza Helena Campana).

“Dificilmente poderia ser um dia mais auspicioso. Durante a COP 27 o mundo todo olha para o Brasil, porque somos uma parte importante da economia mundial e porque nosso território detém 60% da floresta tropical da Amazônia. E todos esperam medidas de proteção”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), no evento de apresentação dos projetos selecionados. “A preservação não se fará por um conjunto de pessoas; as alternativas têm de ser construídas pela lógica da ciência.”

Regra do edital permite troca de experiências entre pesquisadores

A chamada previu que cada uma das propostas submetidas fosse apresentada por pesquisadores de pelo menos três estados, representados pelas FAPs que aderiram à chamada: São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Amapá, Distrito Federal, Alagoas, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Piauí, Santa Catarina, Acre e Tocantins. E exigiu, também, que pelo menos um dos pesquisadores signatários da proposta fosse vinculado a instituição de ensino superior ou de pesquisa, ou ainda a empresas com sede na região da Amazônia Legal.

A regra estimulou que pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) contassem com a cooperação de pesquisadores das universidades Estadual de Londrina (UEL) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na análise de resíduos de plantas para o desenvolvimento de bioativos microbianos. E que o Instituto Butantan colaborasse com pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), no Amazonas, no desenvolvimento de estudos que permitam avançar no tratamento de acidentes ofídicos.

Aos recursos das FAPs, somaram-se os do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Aportamos R$ 12 milhões para bolsas, com a promessa de que vamos contribuir também com mais protagonismo na questão do fomento”, afirmou Evaldo Ferreira Vilela, presidente do CNPq.

“Foi a primeira vez que as FAPs se reuniram para criar um programa próprio, com uma ideia que partiu da Fapesp e foi trazida ao Confap, que a acolheu e a colocou em prática em prazo curto”, disse Odir Dellagostin, presidente do Confap.

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Profissionais de diferentes regiões trocam colaborações

“É apenas o primeiro passo. Muitos frutos serão colhidos por essa mobilização”. Essa estratégia de colaboração permitiu que pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto Evandro Chagas, no Pará, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Amazonas, estudem em conjunto o impacto da degradação ambiental na dinâmica de circulação de vírus emergentes e reemergentes na região amazônica, no âmbito de um dos projetos apoiados pelo edital.

Fortalecimento das cadeias produtivas é ponto de estudos

O novo modelo de cooperação permitirá que pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Federal do Amapá (Unifap) e Federal Fluminense (UFF) investiguem a geração e integração de energia de biomassa e fotovoltaica com o fortalecimento de cadeias produtivas em comunidades isoladas no estuário do rio Amazonas.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp, sublinhou que, apesar das dificuldades, 40% dos recursos para o financiamento dos projetos aprovados vêm dos Estados da Amazônia Legal. “Sabemos que os orçamentos das FAPs da Região Norte correspondem a menos de 40% do total do Brasil. É um esforço significativo que demonstra o protagonismo da Região Norte.”

“Nada para nós sem nós. Uma boa política pública tem que ser pensada para nós e conosco”, disse Márcia Mavignier, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). “A Iniciativa Amazônia +10 surgiu de uma ousadia competente, de um conjunto de pessoas que trabalham para pensar na solução de problemas para a nossa sociedade.”

GRUPOS COM PARTICIPAÇÃO DA PARAÍBA

  • Mudanças climáticas e a sociobiodiversidade amazônica: perspectivas da herpetofauna
  • Amazonas: Fernanda de Pinho Werneck / Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
  • Paraíba: Daniel Oliveira Mesquita / Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Paraná: Fabricius Maia Chaves Bicalho Domingos / Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • São Paulo: Tiana Kohlsdorf / Universidade de São Paulo (USP)
  • Tocantins: Thiago Costa Gonçalves Portelinha / Universidade Federal do Tocantins (UFT)
  • Inov’Açaí - Co-construção de conhecimentos, inovações e políticas públicas para sustentabilidade da produção comunitária na Bioeconomia Amazônica
  • Amapá: Paulo Gustavo Pellegrino Correa / Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • Distrito Federal: Janaína Deane de Abreu Sá Diniz / Universidade de Brasília (UnB)
  • Pará: Hervé Louis Ghislain Rogez / Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • Paraíba: Eliane Superti / Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Riscos zoonóticos em regiões de degradação ambiental do bioma Amazônia: Entendendo o mi crobioma e o viroma Amazônicos
  • Amapá: Emerson Augusto Castilho Martins / Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • Amazonas: Maria Paula Gomes Mourão / Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)
  • Goiás: Mariana Pires de Campos Telles / Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Paraíba: Eloiza Helena Campana / Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Rio Grande do Sul: Fabricio Souza Campos / Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Rondônia: Juan Miguel Villalobos Salcedo / Fundação Oswaldo Cruz (RO)
  • Santa Catarina: Glauber Wagner / Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • São Paulo: Camila Malta Romano / Universidade de São Paulo (USP)
  • Tocantins: José Carlos Ribeiro Júnior / Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT)

A lista de projetos aprovados e mais informações está disponível em: www.amazoniamaisdez.org.br/.
Com informações da FAPESP

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 20 de novembro de 2022.

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