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Sudema fará mapeamento da fauna
Ideia é colher dados importantes para embasar políticas públicas voltadas à conservação da fauna paraibana

Silvestre quer anotar espécies ameaçadas e exóticas
Por Ítalo Arruda*
Constituir a vigilância sobre a biodiversidade da fauna na Paraíba é o principal objetivo da Divisão de Fauna da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), responsável pela gestão e pelo controle das atividades de uso e manejo de fauna silvestre em cativeiro (ex situ) e em vida livre (in situ). Para 2023, o órgão planeja a elaboração de um mapeamento de toda a fauna existente no território paraibano, a fim de obter dados técnicos e científicos, e, com isso, intensificar – além das ações de preservação – a promoção de políticas públicas voltadas à conservação da fauna. A informação é do chefe do setor, Leandro Silvestre.
Inicialmente, explica Leandro, este trabalho contemplará as espécies ocorrentes tanto nas Unidades de Conservação (UCs) quanto nas unidades que possuem relevância ecológica, e, gradativamente, será expandido às demais áreas do estado. Ao todo, a Paraíba possui oito UCs, sendo quatro parques, duas reservas ecológicas, um jardim botânico e um monumento natural.
“Estas áreas de maior interesse para conservação abrigam uma diversidade faunística considerável, pois atuam como redutos de remanescentes florestais fornecendo condições para a manutenção da biodiversidade”, destaca o chefe da Divisão de Fauna, Leandro Silvestre, ressaltando que, com a catalogação das espécies, será possível elaborar um documento no qual constarão listas com os nomes das espécies ameaçadas e das espécies exóticas invasoras em cada um daqueles locais.
Ainda de acordo com Leandro, a criação da lista das espécies invasoras, especificamente, visa orientar a implementação de medidas para evitar a introdução e a dispersão destes animais, bem como reduzir significativamente o impacto dessas espécies sobre a biodiversidade e serviços ecossistêmicos, seja por meio de ações de controle, seja por meio de ações de erradicação. Já a relação das espécies ameaçadas possibilitará a adoção de ações de prevenção, conservação, manejo e gestão, com vistas a minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies que se enquadram nesta situação.
“O mapeamento consistirá na compilação de informações fornecidas por bancos de dados online, coleções biológicas, literatura especializada, consulta a especialistas para cada grupo e atividades de campo”, explica Leandro Silvestre.
Combate a maus-tratos
Desde que foi criada, em maio de 2021, a Divisão de Fauna tem possibilitado a formação de uma equipe técnica direcionada à questão da biodiversidade silvestre, cujo foco é o cumprimento dos objetivos institucionais da Sudema relativos não só ao licenciamento ambiental, mas também à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, ao monitoramento e ao controle ambiental na Paraíba.
Além de coordenar e controlar as atividades relacionadas à fauna silvestre, a Divisão de Fauna da Sudema também realiza uma série de serviços voltados à fiscalização, apreensão, reabilitação e destinação de animais aos seus respectivos habitats. O setor também é imprescindível para a identificação de cativeiros irregulares e condições de maus-tratos.
Serviço
Principais atividades da Divisão de Fauna
- Controlar a atividade de manutenção em cativeiro de indivíduo das espécies fauna nativa e exótica;
- Expedir autorizações ambientais para uso e manejo de fauna silvestre em cativeiro, visando atender às finalidades socioculturais, de pesquisa científica, de conservação, de exposição, de manutenção, de criação, de reprodução, de comercialização, de abate e de beneficiamento de produtos e subprodutos;
- Avaliar e autorizar atividades em que o manejo de fauna se aplica visando a redução de impactos no controle e manutenção de populações;
- Monitorar os impactos decorrentes da instalação e operação de empreendimentos sobre as comunidades biológicas adjacentes;
- Apoiar ações de fiscalização, de imposição de sanções administrativas e de processamento de Autos de Infração Ambiental;
- Receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres e exóticos provenientes de ações de fiscalização, resgate ou entrega voluntária de particulares;
- Realizar atendimento veterinário e acompanhamento nutricional, sanitário e comportamental da fauna silvestre trazida à unidade;
- Emitir parecer técnico sobre condição fauna silvestre impactada ou ameaçada;
- Controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica;
- Orientar e conscientizar sobre o uso dos recursos faunísticos de maneira sustentável.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 8 de janeiro de 2023.