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Consumo x consumismo: você sabe a diferença, as motivações?
DICAS PROCON-PB
Primeiramente é preciso entender a diferença existente entre consumo e consumismo. No consumo, o ato de compra está ligado à necessidade, à sobrevivência, coisas indispensáveis à vida e ao bem-estar, como por exemplo: água, comida, energia. Por meio das práticas de consumo é que dizemos para o mundo quem nós somos, quem nós não somos, quem gostaríamos de ser e por aí vai. Consumo é identidade. Já o consumismo rompe essa relação de necessidade, o indivíduo está adquirindo algo que não precisa. O consumismo está veiculado ao gasto de produtos sem utilidade imediata, ou seja, supérfluos, como por exemplo: mais um sapato, um anel de ouro.
Entendido isso, se pergunte: Necessito? Quero? Tenho dinheiro? Se eu passar no cartão de crédito, terei como pagar depois? Eu realmente vou usar este produto? Preciso de mais uma bolsa? Esta necessidade de colocar na balança existe, não só para avaliar determinada relação de consumo em sentido individualizado, mas, principalmente, para o consumidor se instruir e incrementar a formação de seu espírito crítico, de modo que este, possa bem se posicionar e enfrentar as circunstâncias do mercado de consumo.
Quando o ato de comprar está vinculado diretamente à ansiedade e à satisfação, pode-se dizer que se trata de uma compulsão. Em alguns casos, isso pode representar grandes perdas em termos de relacionamento interpessoal e qualidade de vida. Para que seja considerado doentio, o consumismo precisa representar uma parcela significativa da vida e dos pensamentos da pessoa, de forma que sua saúde emocional, social e financeira estejam abaladas.
Todos já nascem consumindo e a fase criança é uma das que mais se consume, os estabelecimentos sabem disso, sendo assim, as guloseimas ficam na altura certa da visão das crianças para que elas peçam aos pais e na maioria das vezes eles acabam comprando. Criança gosta muito de doce, criança gosta muito de consumir, vivencia-se uma era que as crianças são extremamente consumistas.
Para minimizar, Késsia Cavalcanti, Superintendente do Procon-PB, dá a dica “basta mostrar as crianças que o que elas querem, pagam, ou seja, elas têm que desembolsar uma quantia, a criança terá que arcar com uma contraprestação em dinheiro, faça o teste, dê dez reais em um supermercado ao seu filho e diga a ele que o que ele quiser comprar tem que ser no máximo desse valor, aos poucos isso vai gerando uma consciência e a criança vai se colocando no lugar dos responsáveis financeiros.”
Ao contrário do que muitos pensam, não é cedo, a Educação Para o Consumo serve para todas as idades. Dessa forma, uma nova cultura vai surgindo e essa criança se tornará um adulto cauteloso em suas escolhas consumeristas. É inegável o quanto é difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo. O desafio, como se sabe, esbarra na constatação de que a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. Em outras palavras significa dizer que o que é supérfluo para uns pode ser básico para outros e vice-versa.
Se o consumo não é diretamente associado à felicidade, por que se consome com tamanha voracidade? Vários problemas estão sendo desencadeados por conta de dívidas provindas do consumismo, ou até mesmo o inverso, não ter dinheiro para o consumo de coisas básicas também ocorre. O consumidor compra desenfreadamente, vira uma bola de neve e torna-se GATILHO para doenças psíquicas como: depressão, síndrome do pânico, oneomania que a doença do consumismo compulsivo, entre outras. Ou seja, as pessoas estão fazendo link, associando o ato da compra à felicidade, mesmo que momentânea. As novas necessidades precisam de novos produtos. Novos produtos precisam de novos desejos. Uma era marcada pelo crescimento exponencial da indústria de alienação de desejos, manipulados como marionetes.